The Indicator: Por que 2013 foi o ano de Denise Scott Brown?

Muitas coisas aconteceram em 2013. Zaha foi notícia a cada duas semanas. Ela foi copiada na China e, em seguida, acusada de projetar uma vagina gigante no Qatar. O filho de Rem está produzindo um documentário sobre seu pai. Perdemos o Prentice Women’s Hospital. Quase perdemos o American Folk Art Museum. Era o ano dos arranha-céus, com Rem mudando o jogo mais uma vez, levantando o térreo do chão, recusando-se a ceder às formas curvilíneas.

As coisas no Architecture for Humanity foram abaladas com a saída dos co-fundadores Cameron Sinclair e Kate Stohr. Resiliência se tornou a nova sustentabilidade. A China se tornou de repente menos definida pelo virtuosismo de sua arquitetura, e mais pelo lado negativo de suas façanhas formais. Minha cidade natal, Los Angeles, criou mais algumas ciclovias, alguns grandes planos para o seu rio de concreto, além de ter eleito um novo prefeito. Tivemos pessoas reclamando da arquitetura e nos dizendo por que deixaram a profissão. Kanye West foi atacado por se atrever a dizer por que gosta de arquitetura, e depois a arquitetura adorou falar sobre Kanye durante semanas a fio. Pobre Kanye. Há tantas coisas que poderia dizer que foram fundamentais em 2013. Foi um grande ano. E houve também uma grande quantidade de edifícios fantásticos.

Mas o que realmente se destacou em 2013 foi a igualdade - e nada representou isto melhor do que Denise Scott Brown versus o Prêmio Pritzker. Ao argumentar que ela tem um lugar ao lado de marido Robert Venturi, Denise (juntamente com a organização Women in Design, de Harvard) acordou um gigante adormecido, mas não pela primeira vez.

Mesmo se Denise Scott Brown não fosse incluída no Pritzker que ela "co-recebeu", ela, no entanto, gerou um impacto maior, continuando a mudar o discurso da profissão. Para ela, a arquitetura sempre tratou de desafiar o sistema a partir de dentro. Em 1973, no calor do momento da publicação de "Aprendendo com Las Vegas", no que pode ter sido a primeira vocalização pública formal da sua posição sobre a igualdade de gênero, ela proferiu uma palestra para a Aliança das Mulheres na Arquitetura em Nova York. Em 1989, os elementos da conversa surgiram em forma de ensaio com "Room at the Top? Sexism and the Star System in Architecture", um documento de referência sobre uma questão que tem implicações para além da arquitetura. Nele, ela não aborda apenas a condição da mulher, mas a identidade dos arquitetos na sociedade. Você esperaria menos de alguém que cresceu sob o sistema de apartheid da África do Sul? Mas tudo isso é bem conhecido. Foi preciso alguém como Denise Scott Brown para chamar a atenção para divisões históricas óbvias e inquestionáveis​​ que, semelhante ao apartheid, precisam ser desafiadas.

Assim, 2013 foi o ano de Denise Scott Brown. Se não for incluída no Pritzker (e parece que não vai), ela recebe o ano. Ela também recebe todos os anos de sua carreira e os que ainda estão por vir. A melhor coisa sobre isso é que tudo o que foi dito é válido para todos nós.

É o seu ano e de todas as mulheres. Denise Scott Brown já "ganhou" o Pritzker muitas vezes e vai ganhar a cada ano a partir de agora - porque toda vez que o prêmio for concedido a algum arquiteto ou arquiteta, todos pensarão em Denise Scott Brown. Na verdade, o Pritzker deveria, enfim, mudar de nome para o Prêmio Denise Scott Brown.

Guy Horton é um escritor de Los Angeles. Além de autor de "O Indicador", é colaborador freqüente do The Architect’s Newspaper, Metropolis Magazine, The Atlantic Cities e The Huffington Post. Ele também escreveu para a Architectural Record, GOOD Magazine e Architect Magazine.

Sobre este autor
Cita: Horton, Guy. "The Indicator: Por que 2013 foi o ano de Denise Scott Brown?" [The Indicator: Why 2013 was Denise Scott Brown’s Year] 21 Jan 2014. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-169502/the-indicator-por-que-2013-foi-o-ano-de-denise-scott-brown> ISSN 0719-8906

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